Lugo convoca "gabinete para a restauração democrática"

O presidente destituído do Paraguai, Fernando Lugo, que no domingo negou a legitimidade ao governo do seu sucessor, Federico Franco, vai reunir hoje um "gabinete para a restauração democrática", indicou o seu porta-voz.
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Todos os ministros do governo de Lugo, com exceção dos liberais, que aceitaram a demissão, estão convocados para a reunião, que será realizada numa sede partidária no centro de capital paraguaia, Assunção.

Um dos porta-vozes de Lugo confirmou que a convocatória foi marcada para as 06:00 locais (11:00 em Lisboa), duas horas antes de o novo presidente dar posse aos ministros do seu gabinete, no palácio presidencial.

Fernando Lugo, que foi destituído pelo congresso depois de ter sido submetido a um julgamento político pelo mau desempenho das suas funções, garantiu perante a comunicação social que foi vítima de um "golpe de estado parlamentar" e que o governo de Franco carece de legitimidade.

Lugo anunciou ainda que se deslocará em representação do Paraguai à cimeira de chefes de Estado do Mercosul, em 28 e 29 de junho em Mendoza, na Argentina, assim como a uma eventual reunião conjunta dos líderes deste bloco económico e dos líderes da Unasur (União das Nações Sul-Americanas).

O Mercosul suspendeu hoje o Paraguai do direito de participar na próxima cimeira, onde os Estados-membros deverão adotar medidas contra o Paraguai em retaliação pela destituição.

Argentina, Brasil e Uruguai e os países associados do Mercosul emitiram um comunicado conjunto em que anunciaram a decisão de "suspender o Paraguai, de imediato o direito a participar na XLIII Reunião do Conselho do Mercado Comum e Cimeira de Presidentes do Mercosul".

Mas as pressões sobre o Paraguai não se circunscreveram ao Mercosul. Equador, Venezuela, Uruguai, Chile e Colômbia retiraram ou chamaram no domingo os seus embaixadores em Assunção, depois de no sábado várias capitais sul-americanas terem expressamente condenado a destituição de Fernando Lugo.

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